Semi-o-quê?

– Semiótica.

– E é o quê?

– Bem, uma ciência, ou eu diria um mapa lógico, que estuda os signos e…

– Ahh, legal! Sabe tudo de horóscopo, né?

– Não, não ESSES signos… signos tipo linguagem, signos verbais e não-verbais, comunicação, sabe?

– Ahnn…

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Pois é. Já enfrentei esse diálogo diversas vezes. Desde que comecei a me apaixonar pelo estudo da semiótica, no terceiro ano da graduação em design.

Então, ontem me dei conta que comecei a falar em experiência colateral e signos assim, como quem fala de receita de arroz. Então, resolvi fazer o que deveria ter sido o segundo post: apresentar a semiótica aos leitores do blog. [opa, eu já tenho leitores?? rsrsrs]

Vou começar falando sobre a sua origem simultânea que, para mim já é interessante por si só.

A semiótica surgiu por volta do final do séc. XIX, em três regiões distintas do mundo: União Soviética, Europa Oriental e Estados Unidos. Na Rússia, os filósofos e linguistas detiveram-se principalmente nos aspectos práticos da comunicação, priorizando investigar a linguagem dentro da cultura e da sociedade. Já o filósofo suíço Ferdinand de Saussure se concentrou na tentativa de criar uma ciência específica da linguagem verbal, batizada de Semiologia.

Finalmente, nos Estados Unidos, foi Charles Sanders Peirce quem trouxe, com sua bagagem em ciências tão diversas quanto Matemática, Filologia e História, a ciência que seria conhecida como semiótica peirceana.

Por ter amplo conhecimento em áreas diversas, seus estudos apresentam um caráter bastante abrangente, fugindo da restrita lingüística para ser aplicada em toda e qualquer ciência. Portanto, considero a semiótica peirceana como a mais adequada para se fazer análises no campo do design e da fotografia, ambas carregadas de signos não-verbais.

Bem, no próximo post eu vou começar a explicar as categorias triádicas de Peirce: primeiridade, secundidade e terceiridade.